“Topei com um homem no bueiro”

junho 23, 2009

O que predios inacabados, gandes monumentos publicos e bueiros tem em comum? Pergunte aos limpadores de para-brisa que escondem detergentes em bueiros, aos mendigos que moram na escultura da praca da rodoviaria e aos muitos predios que, por estarem improdutivos na cidade, sao tomados por sem-teto. O que voce, topando com alguma necessidade ou imprevisto (ou acaso!),  ja aproveitou e reutilizou da sua cidade?

(De alguem cujo teclado anda sem acentos, o pc apagando videos & outros azares inesperados.)

Acaso Vivo

junho 23, 2009

pombos na praça da liberdade

Dos objetos do acaso, não existe um mais ao acaso que os pombos das cidades, e sempre podemos ver muitos nas praças de BH. O que mais me facina neles, é a naturalidade com que estão fixados no canário urbano, nunca tiveram um objetivo inicial de estarem ali, nem mesmo adquiriram alguma função com o passar do tempo.

Esses animais se tornaram um objeto tão mesclado ao espaço urbano que muitas vezes ao menos damos ateção à eles.  A reciproca tambem é válida, são muitas as vezes que passamos pelos pombos e eles continuam agindo de forma natural (nem tanto se considerarmos que o natural seria os animais terem receio de aproximações), sem sequer se moverem.

Por isso vejo os pombos como um acaso vivo, sem função inicial,  sem adequação a uma função, apenas estando ali, como parte integrante e viva do cenário urbano.

Domingo é Feira….não tem praia

junho 23, 2009

Feira Hippie na altura da entrada do Palácio das Artes

A Feira Hippie de Belo Horizonte é hoje a maior feira aberta da América Latina e recebe, a cada domingo, algo em torno de 80 mil visitantes, vindos de toda parte do país.

Começou em 1969, na praça da liberdade, como um movmento cultural que reunia artistas plásticos que semanalmente expunham seus trabalhos. Aos poucos foram se juntando aos artistas, artesãos de todos os estilos e devido à isso, a feira cresceu. Ficou tão grande que, em 1991, foi transferida para a Avenida Afonso Pena.

Objetos de (Arte) Acaso

junho 23, 2009

O espaço urbano é frequentemente repensado para servir de suporte para manifestações de cultura e arte. O improviso e a capacidade de produzir partindo somente do que a cidade oferece surge como fator enriquecedor. O famoso esporte-francês-só-para-loucos Le Parkour, agora encontra praticantes no Brasil e mesmo em BH. Nele, garotos e garotas utilizam carros, escadas, muros, postes e o que mais aparecer na frente, para saltar, escalar e testar acrobacias – na verdade, o objetivo é correr em frente, independente do que aparecer.
Algo parecido já rola em BH há bem mais tempo. Os praticantes de patinação, skate e BMX, que ficam principalmente pela Praça Sete e Praça da Savassi, transitam fazendo bancos e corrimãos de gato e sapato.

Junto aos muros das periferias também nasceu e cresceu o grafite, que é hoje a forma de arte visual que mais fortemente se identifica com o espaço urbano. Estando as telas e galerias infinitamente distantes de garotos com idéias na cabeça e sprays na mão, a criatividade fatalmente extravasou para o que estava ao alcance: a própria cidade. Prédios, becos, casas e muros foram retirados de sua função original, e passaram a funcionar como suporte para a criatividade, simplesmente por estarem lá, estarem perto. Altamente orgânico e mutante como a cidade, os desenhos se alastram injetando arte gratuita em seus labirintos e nos surpreende pelas ruas todos os dias. Hoje, o grafite possui nomes de destaque mesmo em galerias de todo o mundo, nomes que começaram com o gueto, o spray e o muro da rua de baixo.

Sobre a cidade e o inesperado

junho 23, 2009

Digitar ACASO no google é se deparar (logo abaixo do link que redireciona para o Motel Acaso), com a concisa difinição do Wikipédia: Acaso (do latim a casu) é algo que surge ou acontece à esmo, sem motivo ou explicação aparente. Na realidade, em sua raiz, o Acaso é primo primeiro do Caos, o guri inconsequente que rege o universo e, porque não, as cidades. Por mais que nos esforcemos em organizar e projetar os acontecimentos, essa grande rede complexa e vulnerável a milhões de fatores que é a pólis, diariamente, nos devolve imprevistos. O caos e o acaso nascem no imprevisível e morrem no improviso. Ao levantar da cama e se por de pé, o sujeito já se prepara para o acaso que virá: ele está acima da rotina, é matéria do Cotidiano. É pegar a onda verde no trânsito, ganhar o prêmio da loteria, encontrar um amigo na rua, o assalto, a chuva. O acaso insere na vida da cidade o inesperado, e seus objetos, a surpresa.20080805155244127

Praça da Estação

junho 22, 2009

A criação da Praça da Estação coincide com a fundação de Belo Horizonte no final do século XIX. Antes mesmo da inauguração da capital, a região nas proximidades da Estação já apresentava quarteirões em formação, com restaurantes e edificações novas atraindo ao local um movimento regular de transeuntes.
A praça sempre foi um importantíssimo ponto nodal.
A Estação Central era, desde os tempos inaugurais da nova capital, uma importante referência urbana. Constituía-se o pórtico da cidade, o lugar de recepção e despedida das pessoas que vinham conhecer as inovadoras obras arquitetônicas e urbanísticas que estavam sendo construídas no interior do país.

A Praça da Estação fica às margens do Rio Arrudas, principal rio da Capital, hoje canalizado e totalmente coberto na região da Praça.

Ali se encontra também a Estação Central do Metrô de Belo Horizonte, uma das mais importantes estações da linha.
Ali são realizados vários eventos abertos ao público, como shows e exposições. O prédio da estação abriga o Museu de Artes e Ofícios e ostenta o primeiro relógio público da cidade.
A Avenida dos Andradas, que dá acesso à praça é uma das mais importantes da cidade. Milhares de pessoas passam pela região para chegarem aos seus locais de trabalho e retornarem para suas casas todos os dias.

A Praça da Estação também é o local de saída da Bicicletada belorizontina, evento ciclístico que acontece mundialmente, em toda última sexta-feira de cada mês, as 20h.

Praça da Estação, em 1947

Praça da Estação, em 1947

Praça da Liberdade

junho 22, 2009

A praça da liberdade fica na região da savassi, e é um famoso ponto de Belo Horizonte, entre outros motivos, por ser o encontro de quatro das avenidas mais importantes da cidade, sendo elas: João Pinheiro, Brasil, Cristovão Colombo e Bias Fortes. Foi construída no fim do século XIX com o objetivo de abrigar ao seu redor as sedes administrativas do governo de Belo Horizonte e Minas Gerais. Na década de 40, construções com características modernas surgiram, como a Biblioteca Pública e o Edifício Niemeyer. Abrigará em breve um imenso centro cultural aberto ao público devido a mudança dos órgãos administrativos da cidade e do estado para Confins. Este centro cultural instalará-se nos prédios em posse do governo do estado na região da praça e há rumores do surgimento de propostas muito interessantes como o Espaço do Conhecimento, o Museu das Minas e do Metal, o Centro Cultural Banco do Brasil, o Memorial Minas Gerais e o Centro de Arte Popular. Pela praça passam mais de 30 ônibus diferentes, facilitando e tornando possível o acesso para qualquer pessoa em quase todas as regiões de Belo Horizonte. Está sempre abrigando exposições e exibições de interesse público além de abrigar constantemente também shows e apresentações culturais dos mais variados tipos.

Pillow Fight na Praça da Liberdade - 04 de abril de 2009

Pillow Fight na Praça da Liberdade - 04 de abril de 2009

Este talvez seja pra mim, o ponto nodal que mais influenciou minha vida desde a infância, passando pela adolescência, até os dias de hoje.
Foi nessa praça que quando pequeno, aprendi a andar de bicicleta, me perdi dos meus pais pela primeira vez e comi meu primeiro algodão doce. Foi na Praça da Liberdade que eu fui assaltado pela primeira vez, e também pedi uma menina em namoro, neste mesmo local passei muito tempo com ela. Nos tempos mais difíceis da minha vida, sempre que precisava ficar sozinho e parar pra refletir, me pegava indo lá, seja a pé, de bicicleta, ônibus ou até de carro. Para mim não há lugar melhor pra se pensar na vida do que lá. Já passei horas e mais horas neste lugar tão mágico pra mim, já corri pra lá para estudar quando eu não conseguia me concentrar dentro de casa, ou quando discutia tão feio com meus pais que não era capaz de ficar no mesmo cômodo que eles.
A praça tem algo muito especial pra mim. Lá, assim como em muitos outros pontos nodais, pode-se reparar a presença de pessoas com várias características contrastantes: O velho assentado e o jovem correndo. O rapaz de classe alta falando no telefone e o menino de classe baixa andando de bicicleta. O homem saudável se exercitando e o boêmio fumando enquanto admira a natureza. E eu penso que é isso que faz de pontos nodais como esses, lugares tão especiais, onde a identidade do local não se resume a uma idade, uma classe social ou a um estilo de vida, acaba por se tornar algo muito maior do que isso.

ACASO

junho 22, 2009

Não dê ponto sem nó.

junho 14, 2009

Pontos Nodais podem assumir vários significados, de acordo com o assunto em que se aplica o conceito. Em todos os casos, pontos nodais tem relação estreita com congruência, convergência, pontos de referência. Nosso interesse são os pontos nodais de uma cidade, onde você, querido leitor, provavelmente vive.

Pontos nodais urbanos são lugares aos quais e dos quais as pessoas, respectivamente, convergem e divergem. Um bom exemplo é a Praça Rio Branco, em Belo Horizonte. Por ali passam milhares de pessoas diariamente. A praça faz parte do mapa mental que os cidadãos criam.

Vivendo em uma cidade as pessoas usam um mapa criado mentalmente para se localizarem e poderem se locomover de forma eficaz. Os pontos nodais são os pontos que compõem esse mapa. Não há necessidade de endereço para esses pontos. Na verdade, o reconhecimento de um endereço por uma pessoa passa pelo reconhecimento dos pontos nodais da área em questão e por uma subseqüente avaliação das relações entre o local em questão e os pontos nodais mais próximos. É improvável que alguém se identifique com um endereço que nunca viu antes sem ter algum grau de reconhecimento dos pontos locais da área e suas localizações.

Em Belo Horizonte temos alguns bons exemplos de Pontos Nodais, tais como:

– Praça Sete
– Praça da Liberdade
– Praça Diogo Vasconcellos
– Praça Raul Soares
– BH Shopping
– Terminal Turístico JK
– Praça da Assembléia
– Rodoviária
– Igreja da Boa Viagem
– Praça Tiradentes
– Igreja da Pampulha (São Francisco de Assis)
– Pátio Savassi
– Praça Alaska
– Praça da Bandeira
– Praça do Papa

A lista é longa, e não tem sequer um “rua tal, número tal”. Isso são Pontos Nodais.

Em breve trataremos de alguns pontos específicamente e teremos belas imagens!

Sempre há uma primeira vez.

junho 4, 2009

E esse blog não será a exceção a provar a regra. Estamos aqui para tratar de dois assuntos que pouco importam. Pouco importam para aquele cara que tava sentado no lugar preferencial do ônibus, enquanto sua vó viajava de pé. Pouco importam para aquele outro, que tira meleca do nariz no sinal e acha que ninguém está vendo. Também para aquele mal-amado que fura a fila na sua frente, Pouco importam pro seu vizinho do oitavo andar. Mas não para você. Ah, não, com você é diferente. Você não sabe o que é, mas está aí dentro. Te consome, não te deixa dormir. É bem no plexo solar, onde você o sente. Você nasceu pra saber mais sobre Objetos do Acaso e Pontos Nodais. E você não descansará enquanto não fizer isso.

Falando em acaso, lá vai uma palhinha do que você poderá (ou não) encontrar aqui: o WordPress sumiu com o texto que eu, o Sr. Acaso, Produto do Acaso, havia criado para o primeiro post do blog. Acho que foi obra de um primo meu, que a galera do bairro apelidou de Merdas Acontecem.