Dos objetos do acaso, não existe um mais ao acaso que os pombos das cidades, e sempre podemos ver muitos nas praças de BH. O que mais me facina neles, é a naturalidade com que estão fixados no canário urbano, nunca tiveram um objetivo inicial de estarem ali, nem mesmo adquiriram alguma função com o passar do tempo.
Esses animais se tornaram um objeto tão mesclado ao espaço urbano que muitas vezes ao menos damos ateção à eles. A reciproca tambem é válida, são muitas as vezes que passamos pelos pombos e eles continuam agindo de forma natural (nem tanto se considerarmos que o natural seria os animais terem receio de aproximações), sem sequer se moverem.
Por isso vejo os pombos como um acaso vivo, sem função inicial, sem adequação a uma função, apenas estando ali, como parte integrante e viva do cenário urbano.